Blog da Thais

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Brincando com papel

Na era da inclusão digital parece que nenhuma criança quer saber de brincar com produtos que não sejam eletrônicos.

Eu ainda me lembro das brincadeiras de infância, pular corda, elástico, carrinhos de plástico e bonecas de pano. A imaginação ia longe, inventávamos nossas próprias brincadeiras. Não vejo mais isso acontecer. Pergunte a uma crianaça de sete anos o que é um biloquê (ou bilboquê?).

Também sou fã de Origami. Vivia procurando em livros uma idéia nova para implementar. Com a internet a coisa facilitou. Veja o vídeo abaixo.



Assim que chegar em casa vou colocar em prática minhas habilidades e fazer um desse pra mim Sofia.

[Fonte: Microsiervos]

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Frase do dia

"Se usuário fosse bom não chamava usuário.
Só nós e traficantes temos usuários... o resto tem cliente."


Por Marcelo Souza

Acabe com a "soneca" dos despertadores

Para quem tem problemas ao acordar e a primeira frase do dia é sempre "só mais 10 minutinhos" (eu!), a soneca do despertador é o pior inimigo.

Já utilizei várias estratégias, colocar o despertador do outro lado do quarto, ou então em outro cômodo mesmo, mas esta teoria era meio falha, às vezes o sono era tanto que eu nem ouvia barulho.

Outra alternativa foi usar uma calculadora HP modelo 48G, programada para tocar a cada 1 minuto. Para desligar tinha que entrar no menu e apagar a configuração. Funcionava, pena que o bip não era tão alto.

Mas a coisa ultimamente anda complicada. Tá na hora de pensar em um desses novamente.

Como diz as Organizações Tabajara: Seus (ou meus) problemas acabaram!



Ter que acordar e resolver uma equação matemática pode resolver o meu problema pelo menos até eu me estressar e jogar pela janela.

O melhor de tudo isso é que você mesmo pode montar o seu (saiba aqui como).

Acho que vou pedir um de presente.

[Fonte: oVelho]

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Post sem utilidade: Sessão para relaxar

O assunto do último post me deixou muito abalada, pensei nele a noite toda. Mas não quero mais falar sobre isso.

Não sou perfeita, ninguém é. Meus pensamentos podem não ser coerentes, mas tudo depende do ponto de vista. "Nem tudo são flores".

Enquanto ouço algumas músicas para espantar o stress, uma me chama mais a atenção:

Eu Tou Tentando

Kid Abelha



Composição: George Israel / Paula Toller

"Eu to tentando largar o cigarro
Eu to tentando remar meu barco
Eu to tentando armar um barraco
Eu to tentando não cair no buraco

Eu to tentando tirar o atraso
Eu to tentando te dar um abraço
Eu to penando pra driblar o fracasso
Eu to brigando pra enfrentar o cangaço

Eu to tentando ser brasileiro
Eu to tentando saber o que é isso
Eu to tentando ficar com Deus
Eu to tentando que ele fique comigo

Eu to fincando meus pés no chão
Eu to tentando ganhar um milhão
Eu to tentando ter mais culhão
Eu to treinando pra ser campeão

Eu to tentando ser feliz
Eu to tentando te fazer feliz

Eu to tentando entrar em forma
Eu to tentando enganar a morte
Eu to tentando ser atuante
Eu to tentando ser boa amante

Eu to tentando criar meu filho
Eu to tentando fazer meu filme
Eu to chutando pra marcar um gol
Eu to vivendo de rock'n roll."


E é só isso que eu quero por hoje.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Aborto: ainda há muito o que se discutir

Tá aí um assunto que me incomoda, que me dá arrepios. Este é o assunto deste post no Papo de Homem.

Pergunta:
“Aparentemente fizemos merda e minha namorada esta grávida, ainda não fizemos o teste (beta hcg) e se der certo de hoje não passa. (...)

Acredito que salvar a vida é o mais importante então todos os procedimentos devem ser tomados mesmo o aborto sendo ilegal. Mas e depois o médico é obrigado a denunciar um aborto?

Não preciso nem dizer que estou ficando doido com isso já, né?”

- Anônimo

É para ficar doido? Claaaaaaaaaro que é. Ainda não contei aqui mas passei pela mesma situação. Fiquei grávida aos 20 anos, de um relacionamento estável que dura até hoje. Mas mesmo assim o fato foi uma bomba. Eu estava me preparando para prestar vestibular, sonhava em fazer uma universidade pública, UNICAMP talvez, UNIFEI, estava fazendo cursinho. E de repente a notícia.

Em momento algum pensamos em aborto, fomos maduros o suficiente para perceber que toda aquela situação era resultado da nossa atitude. Estávamos cansados de saber que uma gravidez era possível, mas nos arriscávamos. Quem tem que arcar com as conseqüências? Nós.

Aborto é contra lei? Sim, assim como matar também é. Tudo depende muito do ponto de vista e o Estado serve para estabelecer um senso comum. Não adianta dizer que o Estado está te obrigando a ter um filho, ninguém te obrigou a fazer.

O Estado é falho? Talvez. Permitir que garotas que mal entraram na casa dos 20 tenham meia dúzia de filhos e que em sua maioria mal tem condições de criá-los, também é questionável. Mas quem vai impedi-las? Uma laqueadura só é possível após os 25 anos e se a mãe tiver 2 filhos ou mais. Sem contar a burocracia - veja mais neste artigo do Dr. Dráuzio Varella.

Políticas como o Bolsa Família incentivam as famílias mais pobre a terem mais filhos. Eles não se importam com o futuro, têm que se preocupar com o presente, com a sobrevivência.

Mulheres que fazem aborto geralmente são esclarecidas, sabem exatamente o que têm que fazer para evitar, mesmo assim acham que "isso não vai acontecer com elas". Tá na chuva é pra se molhar. Das que conheço, todas têm conhecimento de contraceptivos e reconhecem que falharam.

Outra questão discutível é o tempo em que o feto passaria a ter uma "vida". Sete dias? Doze semanas? Tanto faz. Uma criança passa a existir apenas quando é emitida sua certidão de nascimento. Considerar qual a idade para se ter uma "alma" é muito complicado. Quando tratamos de vida espiritual, tudo fica mais complexo.

O que dizer dos prematuros, das crianças com problemas cerebrais? A lei permite, em caso de risco à gestante, que seja feito o aborto, acompanhada de medico especialista. E o risco de quem faz clandestinamente? Pior do que fazer um aborto é ser mal-sucedido e conviver com o erro para sempre.

Quem quer fazer tem que analisar todas as possibilidades, ser um pouco menos egoísta. Nossa vida vira de cabeça para baixo, mas nada que não tenha solução. Hoje, após 5 anos eu voltei a estudar, não mais pensando em ter uma carreira brilhante e ganhar muito dinheiro. Meu objetivo maior é fazer pela minha filha muito mais do que meus pais fizeram por mim. Tarefa difícil, pois tudo que tenho vem deles. Tenho uma carreira quase encaminhada e continuo lutando para chegar onde quero.

Ninguém nasce sabendo ser pai, só vamos descobrir se fomos bem sucedidos quando não tiver mais como voltar atrás. Mas nada pode pagar os melhores momentos ao lado de uma criança, seus gestos sem malícia e sua devoção aos que ama. Ser mãe talvez seja a melhor coisa que acontece na vida de uma mulher. Um amor ímpar, que não será encontrado em nenhum outro lugar nem em outro ser.

Não me arrependo da escolha que fiz, todos os dias tenho a certeza de que foi o melhor. E eu dou o máximo de mim para que seja sempre assim.


PS: talvez as idéias não tenham ficado claras, este assunto mexe demais comigo, portanto, sinta-se à vontade para discutir.

Férias geladas

Quer passar muito frio nas férias? Então conheça o IceHotel, em Jukkasjärvi, Suécia.



O hotel é temporário, criado com gelo e neve a cada inverno. Haja paciência.

Esta realmente me impressionou.





O hotel ainda conta com uma Sala de Arte, com peças produzidas por artistas de todo o mundo.


Imagine-se descansando em uma poltrona... de gelo


... ou numa cama, bem geladinha.


Acho que nem eu, que gosto tanto de frio, me arriscaria. É, tem gosto pra tudo.


Via: Damn Cool Pics

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Portabilidade entre Office 2000/XP/2003 e Office 2007

Eis o caso: você está na faculdade, finalizando uma parte de um trabalho, aguardando outra pessoa do seu grupo enviar a parte final por email. Quando este email chega você não consegue abri-lo, porque o Office do laboratório da faculdade é o 2000 e o do seu amigo é o 2007. Então você se desespera, se descabela, entra em transe.

Solução? Claro! A Microsoft não seria tão maluca de dar um tiro no pé tão mal dado.

Na verdade os arquivos com extensão .docx, .xlsx e as demais do Office 2007 são arquivos zipados com uma estrutura de dados dentro dele, com diretórios para imagens e a pasta principal com o texto armazenado em formato XML. Pode-se abrir com um descompactador de arquivos. Porém é um trabalho muito chato ter que fazer isso toda vez, já que o Office 2007 está cada vez mais utilizado.

Parte boa da história: neste link você encontra um pacote de compatibilidade que permite ao Office 2000, XP e 2003 abrir os arquivos gerados pelo Office 2007 diretamente e editá-los, sem artimanhas.

ATENÇÃO: este pacote ainda está na versão beta, portanto não há certeza 100% de que seu arquivo super-ultra-mega complexo, com várias macros e gráficos mirabolantes vá ser aberto sem algum tipo de falha. Na pior das hipóteses você não tira zero no trabalho!

Parte ruim: se o laboratório só tiver Office 97 (o que ainda é possível), chora! Como a Microsoft não tem mais suporte a este produto, não existe compatibilidade entre ambos.

Parte ruim II: convencer o monitor do laboratório a instalar o pacote.

Parte boa II: No nosso caso, como é um arquivo apenas, podemos apelar para outros métodos, como por exemplo o site www.zamzar.com, que além dos documentos Office, convertem outros tipos de arquivos.

Com tantas opções, não será mais possível enrolar o professor com a desculpa de que "as ferramentas que a faculdade fornecem o impossibilitaram de entregar o trabalho a tempo", e ainda chorar por alguns pontinhos pelo grande esforço de terminá-lo.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Organize seus livros com Equation Bookshelf



De acordo com o site "... é uma idéia simples para dividir suas coisas em prioridades... coloque os livros que você utiliza com freqüência ou os mais importantes entre (parêntesis)! Os demais entre [colchetes] e {chaves}."

Ou talvez, para você, seja mais importante um vaso de flor ou uma foto...


Essa idéia certamente eu vou adaptar na minha nova casa.

Desenvolvido por Marcos Breder.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Concurso de contos "Aumente um ponto"

Concurso de contos 'Aumente um ponto'

Já tem algum tempo que eu coloquei o banner no blog mas não comentei. A idéia é bem legal e se eu fosse escritora até me arriscaria. Mas isso fica para quem gosta realmente, no máximo eu escrevo minhas abobrinhas por aqui.

O concurso vai escolher um conto, sobre qualquer assunto. O vencedor ganha alguns prêmios, inclusive a publicação no blog do júri, o que pode ser a oportunidade que o escritor precisa para tornar seu nome conhecido.

ATENÇÃO: As incrições vão até 1º de março.


Mais detalhes no blog Lendo.org.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Dicionário mineirês-português

Este pequeno dicionário é dedicado aos meus amigos, não mineiros, com o intuito de melhorar a nossa comunicação:

Antisdonte: Em algumas regiões de Minas pronuncia-se ÃNSDIONTI .- o mesmo que "antes de ontem" . "Antisdonte eu vi a Lindauva. Tava uma belezura, a minina".

Arreda: v.i. 1. Verbo na forma imperativa (dânnu órdi), paricido cum "sair": Arreda prá lá, sô!

Belzont: s.p. 1. Capitar das Minas Gerais.

Beraba e Berlândia: s.p. 1. Cidades famosas do Triângulo Mineiro. Diz qui tem uma ôtra famosa que cumeça cum "B" e acaba com "raguari", lá prá ‘quelas banda! O pessoar da capitár nunca sabe se a turma de lá é minerin ou não. Daí fica dizendo que é terra dos triangulinos.E óia que o povo di lá inté acha bão...

Cadiquê: (?! ) Na forma erudita: CAUSDIQUÊ - mineirin tentânu intendê o pruquê d’arguma coisa... 'Por causa de quê?',

Confórfô eu vô: p.q.p. 1. Conforme for, eu vou.

Dendapia: dentro da pia. Ex: " Muié, o galo tá dendapia".

Deu: o messs qui "di mim". Ex : " - Larga deu, sô !"

Deusdi:o messs qui "desde". Ex: " - Eu sou magrilim deusdi rapazín !"

Deusdiqui: prep. 1. Desde que: Eu sou magrilin deusdiqui eu era muleque!

: o messs qui "pena", "compaixão" : "Ai qui dó, gentch...!!!"

Dôdestombago: o mesmo que DODESTONGO. (dor de estômago) "Essa danada da minha úrsera dá uma baita dôdestombago."

Embadapia: Debaixo da pia. Ex.: Muié, ele agora tá embadapia.

Émezzz: (?) adj. 1. Minerin dimirado do que contaro pr’ele. Podi tá querêno tamém cunfirmá arguma coisa.

Espia: s.p. 1. Nome da popular revista VEJA quando chega na distante e pequena cidade do minerin.

Estaçã: s.m. 1. Onde desembarcam os minerin com suas malas cheias de queijo.

I: conj. 1. E: Minino, ispecial, eu i ela, vistido.

In: v.t.i. 1. Forma diminutiva: Piquininin, lugarzin, bolin, vistidin, sapatin etc....

Intorná: g.g. 1. Quando não cabe na vasilha. 2. Derramar.

Jizdifora: p.d.s. 1. - Cidade minera pertín do RidiJanero, lá prás banda da Vinida Brasil nº 500.000. O pessoar da capitár nunca sabe se a turma de lá é minerin ou carioca. Daí fica dizendo que é terra dos carioca du brejo.

Kidicarne: medida empregada na comercialização de carne - quilo de carne - quinze kidicarne = uma arroba

Kinem: k.b.lo 1. Advérbio de comparação - igual: Ela saiu bunita kinem a mãe.

Lidileite: Litro de leite.

Magrilin: p.d.v. 1. Indivíduo muito magro.

Mastumate: Massa de tomate

Minerin: (pop.) ou MINEIRIN (forma clássica) - Nativo duistádimínass. Típico habitante das Minas Gerais.

Montes Claros: p.d.s. 3. - Cidade minera pertín da Bahia, lá prás banda do Norte das Minas Gerais. O pessoar da capitár nunca sabe se a turma de lá é minerin ou baianin. Daí fica dizendo que é terra dos baianos cansado, sabe... Aqueles qui num deram conta de chegá em SumPaulo, daí pararo no mei do caminn.

Negocin: p.ludo 1. Qualquer coisa que o minerin acha pequeno.

Némêss: (?) - Minerin quereno qui ocê concordi c'ás idéia dêle...

Nimim: o messs qui "em mim". Exempro: "- Nóoo, cê vive garrádu nimim, trem !...Larga deu, sô !!...

NNN: p.o.p. 1. Gerúndio do minerês: Brincannno, corrennno, innno, vinnno.

Nóoo: num tem nada a ver cum laço pertado, não ! É o mess qui "nossa!!" ...Vem di: Nóoossinhora !...

Némermo: (?) z.bra. 1. Minerin procurando concordância com suas idéias. Os cariocas aproveitaram a expressão para criar o famoso "Né mermo, irmão?" com variação para o "Né mermo, brother?".

Num: NÃO ã.h. 1. Advérbios de negação usados na mesma frase: Num vô não. Num quero não. Num gosto não.

Óiaí: x.x. 1. Olha aí, ó, toma...

Óiaqui: a.b.c. 1. Minerin tentando chamar a atenção para alguma coisa.

Oncotô: (?) - .h.j. Expressão de dúvida. Empregada constantemente quando o mineirim vai pra capitar, ou intão pra SumPaulo. (Onde que eu estou?)

Onquié: br. Int. .É quan nois num sabe pronde é qui nóis vai. (Onde que e?)

Óprocevê: (!) - j.t..Mineirin dimirado cum arguma coisa! (olha pra você ver!)

Ostrudia: n.x. variação: ASTRUDIA . É quan um mineirim num qué fazê arguma coisa hoje (outro dia). "Ostrodia nóis vai, cumpadre!"

Pão di queijo: k.h.1. - Ísscêis sabe ! Cumida fundamentar na mezz minêra e que disputa c'o tutú a nosss preferênça

Pelejânu: O mess qui tentânu: " - Tô pelejânu qü' esse diacho né di hoje!

Pincumel: pinga com mel "Si ocês tá cumeçano a constipá, toma logo uma pincumel que é prá mode sarar"

Pópôpó: (?) - h.xá 1. A mineirinha ajudando ao marido fazer café.

Pópôpoquin: o.d.d. 1. Resposta afirmativa do marido.

Prestenção: é quan’um mineirin tá falano mais cê num tá ouvino.

Procê: o mess qui "pra ocê".

Proncovô: (?) - É quan nóis inda num discubriu pronde é qui nóis vai e tá quainahora. (para onde que eu vou?)

Quainahora: t.p. Expressão que indica que o mineirm está ficando atrasado: Si nois num apertá a marcha nóis vai chegá dispois do casório.(quase na hora)

Qui Belezura: p.d.t. 1. Expressão que exprime aprovação; quando gostou de alguma coisa.

Quiném: advérbio de comparação. Ex: "É bunita qui dói. Quiném a mãe !"

Sapassado: m.p.b 2 - Sábado Passado.

Secetembro: Dia em que se comemora a independência do Brasil.

: fim de quarqué frase. Qué exêmpro tamém ? : Cuidadaí, sô !!...

Tirisdaí: É quan um trem tá travessado bem in frente di nóis: Ex Tirisdaí minino! Tá travancando o caminho. (tira isso dai)

Tradaporta: atrás da porta – Receita mineira: "Si a visita si isqueceu de tomá rumo de casa, cês põem a vassora tradaporta qui num instantim ela vaimbora".

Trem: s.b.p. 1. Palavra que não tem nada a ver com transporte, e que quer dizer qualquer coisa que o minerin quiser: Já lavô us trem? Eu comi uns trem. Vamo lá tomar uns trem? Qui trem é esse atrás d’ocê?

Triango minero: m.p.b. 1. Triângulo Mineiro.

Trósso: s.b.p. 1 É quiném trem

Tutu: t.u.m. 1. - Mistura de farínn di mandioca cum feijão massadím e uns temperin lá da horta. Bão dimais da conta !...

Tii: v.i.g.i. 1. O irmão do pai ou da mãe: Mulher do tii é a txiiiiaa.

Uai: u.a.i. 1. - Corresponde a "UÉ", dos paulistas. Melhor Definição: "Uai é uai,...uai !"

Varge: e.l.a. 1. - Aquele legume verde rico em fibras. Serve tamém pra dizê daquelis lugar nos pé de morro ondi fica chei d’água no chão e que o pessoar usa pra prantá arroz: (Várzea)

Varginha: p.d.s. 2. – Né Varge piquinininha não, viu gente? É uma cidade minera pertín de Sum Paulo. O pessoar da capitár nunca sabe se a turma de lá é minerin ou paulista. Daí fica dizeno que é terra dos parlista frustrado.

Vidiperfum: . s.b.p.3. É donde se guarda aquelas água de chero. (vidro de perfume)


Agora teste seus conhecimentos traduzindo o texto abaixo:


Realidade cultural do Brasil: só vendo para crer

Primeiro dia de aula na faculdade. Nenhum trote, nenhum sinal de "boas vindas" à bixarada. Das duas vezes que eu poderia tomar trote, uma quando entrei na escola técnica e agora na faculdade, nenhuma delas existiu realmente uma ameaça, nenhuma reação dos "veteranos". Um pouco de trote é bom, faz com que os alunos se conheçam, cria-se uma amizade entre eles. Nada exagerado, claro. Já tive amigos que tomaram trotes horríveis que poderiam ter conseqüências graves. Mas faltou desta vez, até me deu vontade de experimentar.

Passada expectativa da entrada, hora de achar a sala. Nada muito difícil, meus amigos logo me indicaram o lugar certo, sem brincadeiras de mau gosto. Logo estava eu dentro da sala, observando os meus colegas, e me sentindo uma velha. Logo mais saberão por que.

Além de parecerem colegiais, aqueles garotos deixam claro a idade que têm. Eu, aos 18 anos, morava fora de casa há 3 e estava à procura do meu primeiro emprego de verdade, algo que se tornaria minha carreira. É visível que a maioria deles ainda vive sob a proteção dos pais e dependendo de mesadas, mal sabendo o que estão fazendo naquele lugar. Não os culpo, tudo é uma questão de escolha, nem a minha nem a deles estão erradas.

Início da aula, apresentação do professor e a matéria não poderia ser mais sugestiva: Tópicos Humanísticos (??). Para quem está cursando Sistemas de Informação, nada mais sugestivo. O professor pareceu ser muito legal, logo de cara deixou bem claro como as coisas funcionam para ele. Tirando a sociologia e a filosofia que serão tratadas, questões atuais não me preocupam.

Para conhecer os alunos, algumas perguntas, desde a cidade de onde vieram, até se sabem andar de bicicleta.

Tá, mas até aí, o que tem a ver o assunto com o título do post?

Eis a questão. O professor pergunta aos alunos o que é "Caucus". Opa! Essa nem eu sei... então vamos para a segunda: quem dos presentes leu pelo menos 10 livros nos últimos 2 anos (24 meses, menos de 1 livro a cada dois meses)? Somente eu? Quem escreveu mais de 5 cartas durante o mesmo tempo? Eu de novo? Quem fala ou sabe um pouco de alguma língua que não seja o português? (Tá, eu arranho no espanhol e o inglês deixo a desejar). Quem lê pelo menos um jornal semanalmente? Desisto, não levanto mais a mão. Deve ser mesmo a idade. Estou ficando velha, e sem paciência para essa garotada.

Todos esses alunos (tirando alguns, como eu que passaram com a nota do ENEM), acabaram de prestar um vestibular, se prepararam para isso, estudaram para estar ali. Como podem não saber nada sobre atualidades, ler alguns livros? O que fizeram todo este tempo? Estudando apenas física, química, biologia? Se eles, que estavam se preparando para um desafio nem sequer atingiram esses números, quem dirá aqueles que estão longe de conseguir fazer uma faculdade, de prestar um vestibular.

Eu acreditava que as coisas estavam melhorando, principalmente neste mundo universitário. Me enganei. É por isso que eu admiro pessoas como o André Gazola, do Lendo.org, blog que recomendo. Um cara muito inteligente e com boas idéias. Tenho que confessar que me espantei com a idade dele.

Ainda guardo uma esperança de que isso possa mudar. E logo. Antes que eu fique velhinha de verdade.

[UPDATE] O link para o blog Lendo.org estava errado. Já corrigido.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

As Mineiras

Eu amo quase tudo que Carlos Drummond de Andrade escreveu. Pelo menos tudo que eu li até hoje. Muitos dos meus poemas favoritos são dele. Outro dia recebi um texto através da minha prima Cintia. Não é preciso dizer que apaixonei! Mais uma obra-prima deste gênio. Eu amo Drummond como ele amava as mineiras.



As Mineiras
Carlos Drummond de Andrade

"O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar.
Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo ficou de fora?
Porque, Deus, que sotaque!

Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde.
Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso? Assino achando que ela me faz um favor.

Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma.
Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.
Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: 'pó parar').

Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.

Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz de direito, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço.

Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem.
Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: 'cê tá boa?'
Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.

Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada.
Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer:
Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
O verbo 'mexer', para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar.
Se lhe perguntarem com que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício.

Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta.
Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz:
Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não,sô.

Esse 'aqui' é outro que só tem aqui.
É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase.
É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, 'olá, me escutem, por favor'.
É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.

Mineiras não dizem 'apaixonado por'.
Dizem, sabe-se lá por que, 'pêxonado com' . Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: 'Ah, eu pêxonei com ele...'.
Ou: 'sou doida com ele' (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).
Elas vivem apaixonadas 'com' alguma coisa.

Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de 'bonitim', 'fechadim', e por aí vai.

Já me acostumei a ouvir: 'E aí, vão?'. Traduzo: 'E aí, vamos?'.
Não caia na besteira de esperar um 'vamos' completo de uma mineira. Não ouvirá nunca. Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal.

Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas.

No supermercado, não faz muitas compras, ele compra
'um tanto de côsa'.
O supermercado não estará lotado, ele terá 'um tanto de gente'.
Se a fila do caixa não anda, é porque está 'agarrando' [aliás, 'garrando'] lá na frente. Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena,
suspirará: Ai, gente, que dó. É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras.

Não vem caçar confusão pro meu lado.
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro 'caça confusão'.
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele 'vive caçando confusão'.

Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom vai dizer: 'Ô, é sem noção'.
Entendeu, leitora? É sem noção! Você não tem, leitora, idéia do 'tanto de bom' que é. Só não esqueça, por favor, o 'Ô' no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu?

Capaz... Se você propõe algo e ela diz: capaz!!!
Vocês já ouviram esse 'capaz'? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer 'ce acha que eu faço isso'? com algumas toneladas de ironia...

Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá:
'Ô dó dôcê'.
Entendeu? Não? Deixa para lá.
É parecido com o 'nem...'. Já ouviu o 'nem...'?
Completo ele fica:- Ah, nem...
O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum.

Você diz: 'Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?'.
Resposta: 'Nem...' Ainda não entendeu? Uai, nem é nem.

Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?
A propósito, um mineiro não pergunta: 'você não vai?'.
A pergunta, mineiramente falando, seria: 'cê não anima de ir'?
Tão simples. O resto do Brasil complica tudo.

É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...
Falando em'ei...'.
As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o 'ei' no lugar do 'oi'.
Você liga, e elas atendem lindamente: 'eiiii!!!', com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade... Tem tantos outros...

O plural, então, é um problema. Um lindo problema, mas um problema.
Sou, não nego, suspeito.
Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.

Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.
Se você, em conversa, falar: Ah, fui lá comprar umas coisas...
Que' s côsa? - ela retrucará.
O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que.

Ouvi de uma menina culta um 'pelas metade', no lugar de 'pela metade'.
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará:
Ele pôs a culpa 'ni mim'.

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios em Minas...
Ontem, uma senhora docemente me consolou: 'prôcupa não, bobo!'.
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se
espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: 'não se preocupe', ou algo assim.

A fórmula mineira é sintética. E diz tudo.
Até o 'tchau' em Minas é personalizado.
Ninguém diz tchau pura e simplesmente.
Aqui se diz: 'tchau procê', 'tchau procês'.
É útil deixar claro o destinatário do tchau.
Então..."

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Enlatando bandas de axé

Maldita ressaca!

Qual o sentido da quarta-feira de cinzas? Pergunto porque não sou católica e nunca me lembro de perguntar isso a alguém, pois só me lembro quando ela acontece. É feriado? Por que as escolas não funcionam e os bancos só abrem à tarde? Por que eu tenho que trabalhar o dia todo?

Se o carnaval é a festa da carne, as cinzas são da brasa? Piadinha infame, eu sei. Mas vamos ao que interessa.

Não gosto de carnaval, e a maioria dos meus amigos partilham desta opinião. Mesmo assim, domingo eu e uma amiga resolvemos deixar nossos maridos cuidando de nossas filhas em casa e sair um pouco para curtir. Carnaval pra mim é na rua, com marchinha e batuque. Mas isso só na minha terra natal. O jeito foi encontrar a melhor festa da cidade. Não foi lá aquela maravilha mas deu pro gasto. Depois de tanto dançar e prestar muita atenção ao show (infelizmente não sei o nome da banda), de aprender algumas dancinhas ensaiadas, a festa acabou, debaixo de chuva e voltamos para casa.

A ressaca foi só de cansaço mesmo, estou enferrujada, há anos não saio para dançar. Para mim já estava bom, o carnaval poderia ter acabado ali, mas faltavam ainda dois dias. No dia seguinte, como não ia dormir mesmo por causa do barulho, arrumei um joguinho inútil (que mais tarde farei um post) e passei a madrugada toda. E nem que eu quisesse conseguiria deixar de ouvir o som da festa. Foi então que percebi que a sequência das músicas era exatamente igual à do dia anterior. Até o "arrastão" que criaram para a música Arerê, da Ivete Sangalo, foi igual, a adaptação de Tindolelê também. Ficou a dúvida: seria a mesma banda?

A dúvida persistiu, mas também não me interessei mais por isso. Já era terça-feira e eu tinha muito com o que me preocupar além disso. Mais uma vez o meu sagrado sono foi perturbado pelo som da festa e não dormi quase a noite toda. E não para o meu espanto, as músicas novamente foram as mesmas, na mesma sequência, com as mesmas alterações.

Dúvida esclarecida: eram bandas diferentes. Então surgiu outra dúvida: será que existe uma escola para formação de bandas de axé? Um cursinho? De onde vem tanta originalidade? Será que na Bahia isso acontece também?

Fiquei ainda mais feliz de não ter gasto meu rico dinheirinho saindo outra vez. Se eu quisesse dançar as mesmas músicas, na mesma sequência, era só fazer uma festa em casa e tocar meus DVD's, que são muito mais variados que essas bandas.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Quero um dia "Unibanco"

Por que o Unibanco pode ser 30 horas? Por que meu dia não pode ter 30 horas também? Tanta coisa pra fazer e nenhum tempo para executá-las.

Cá estou eu, escrevendo neste blog, tentando ler os meus feeds atrasados e reclamando do tempo? Oito janelas do MSN pipocando na minha tela, eu tendando responder a todos. E escrevendo? Só posso ser doida mesmo.

Entre um suporte e outro eu aproveito para resolver alguns "pepinos", e na medida do possível até consigo. O problema são os bancos. Contando, hoje tenho que passar em três diferentes (??). Pior, se não faço isso hoje, vou passar o carnaval a zero. Ninguém merece.

Ah, quer saber? Desisto! Só de pensar me dá calafrios. Vou almoçar bem tranquila e deixar isso pra lá. Dane-se o carnaval, danem-se os bancos!