Hoje é um dia como outro qualquer. Não necessariamente.
As notícias transformam nossas vidas. Às vezes chegam de mansinho, outras como um vendaval. Algumas infelizes, outras felizes. A maioria sem importância. Mas importância é muito relativo.
Dizem que para morrer basta estar vivo. Claro, lógico. Mas não tão convincente. Temos o péssimo hábito de imaginarmos invencíveis. Pensamos em morte para os outros. Ninguém em bom estado psicológico planeja a morte. Mas ela vem. Vem algumas vezes sem avisar.
Quando perdi meu avô, há mais de dois anos, todos esperavam, já estava idoso, com uma doença há muito anunciando a hora. É sempre difícil encarar a realidade. Mas passou. Sinto saudades, sofri um ano inteiro, ainda bem que o tempo cuida de fechar as feridas e levar os sentimentos ruins.
Outro dia recebi a notícia de que um conhecido, temos amigos em comum, estava doente, câncer. Não sei porque acho que esta doença é pior do que a AIDS. Ambas não tem cura certa, são tratáveis, mas o câncer não escolhe situação para aparecer, não existe, até onde sei, uma prevenção para o câncer. Enfim, me abalei mais do que imaginava. E foi uma semana difícil.
Agora outra notícia, muito parecida, dessa vez com alguém que mora próximo. Uma vizinha. Não tínhamos muito contato. Há 5 anos morávamos próximas e mal nos encontrávamos. Uma notícia, uma cirurgia, um pós operatório. E ela estava lá. A morte.
Me abalei mais uma vez, chorei. Uma sensação estranha. Éramos apenas vizinhas, poucos contatos, porém já fazia parte da minha vida.
É incomparável com a perda de um parente, nem por isso deixa de me surpreender.
A vida é isso. Estou abalada, penso em sua familia, filho, mãe. As mães sofrem muito mais.
Agora, dá-se tempo ao tempo. As feridas saram, as cicatrizes ficam. A vida continua. Aqui, do outro lado do mundo. Talvez em outro lugar, outra existência, quem sabe. Ela continua.
Felizes os que estão em paz. Com a morte.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
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